“No dia seguinte ninguém morreu.” E as consequências éticas, filosóficas, religiosas do desajuste da demografia mundial estavam lançadas, por ninguém morrer. Trata-se aqui do início da intriga ficcional do romance As Intermitências da Morte» (2005), de José Saramago, que repetiu, formalmente, o seu estilo na pontuação e no uso de minúsculas.
O Prémio Nobel da Literatura português previu ficcionalmente um facto contrário às normas da vida, a ausência da morte. Contrariamente a outras declarações suas pessimistas, estava a contradizer uma observação comum à década de 40 do escritor argelino Albert Camus, segundo o qual «os homens morrem e não são felizes». Saramago, falecido em 2010, gostava a seu modo de elaborar uma escrita sobre absurdos.
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