“O poeta é um enviado de Deus”

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José Jorge Letria põe na boca de Bocage palavras, frases e conceitos que o poeta teria afirmado de outras formas.

Na sua “narrativa biográfica” a que chamou “Já Bocage não sou” (Ed. Guerra e Paz, Lisboa, 2016), Letria põe o vate a falar da sua “inebriante sede de absoluto”, leva-o a testemunhar que “quem de si foge nem no Inferno encontra abrigo”, e a confessar que “se alguma dúvida tive em momentos de maior cepticismo quanto à existência de Deus, deixei de a ter agora”, sendo esse “agora” o trânsito final da sua existência humana.

Mas uma das frases mais emblemáticas da narrativa é esta: “O poeta é um enviado de Deus para lembrar às criaturas humana que a fé tem que ser lúcida e crítica, sob pena de se tornar rotina acéfala e enervante beatice”. Eu não diria melhor.

 

Palavras perdidas (1232)

«Foi com base nesta “racionalidade económica” que Teodora Cardoso classificou a estratégia orçamental de Vitor Gaspar de “prudente, credível e fundada na melhor e mais sofisticada ciência económica”. Todos sabemos o que se passou: Gaspar reconheceu o erro e demitiu-se; já Teodora nada disse e continua, munida da sua magnífica racionalidade económica mas ignorando a realidade, a dizer as coisas de sempre» (João Galamba)

«Teodora Cardoso é uma política que emite pareceres políticos assentes em convicções políticas, só que não é eleita e disfarça-se de técnica» (José Gusmão)

Mário de Sá-Carneiro: há cem anos taciturno

 

 

 

Quiçá  ensaio de João Tomaz Parreira ©

 

Se há poetas na nossa Literatura que não fingem, um deles será, indubitavelmente, o autor de “Dispersão”. É um poeta cuja poesia é feita, digamos assim, de oximoros. Brilhante no sombrio.

O próprio poema que dá título a esta breve nota ensaística, parece trair o estado de astenia espiritual sob o qual Mário dava a impressão real de viver. A poesia “Taciturno” começa assim:

“Há Oiro marchetado em mim, a pedra raras”

A contradição revela-se em que não há nada menos sombrio do que o Oiro e as pedras preciosas. Mas o poeta não podia continuar o poema neste registo, a taciturnidade o acompanha e diz, no verso seguinte que é “Oiro sinistro de sons de bronzes medievais” no seu mundo interior de armaduras cerradas.

Toda a quadra é uma originalidade íntima, que hoje estaria fora de moda, ou talvez não (há ainda poetas quase gongóricos):

“Há oiro marchetado em mim, a pedras raras,

Oiro sinistro em sons de bronze medievais –

Jóia profunda a minha alma a luzes caras,

Cibórico triangular de ritos infernais”

 

Este “oiro marchetado em mim”, oiro dentro de si, colidirá com esse oiro fora, numa análise endoliterária dos versos da poesia “Estátua Falsa”, toda cheia da enunciação do Eu:

“Só de oiro falso os meus olhos se douram;/ Sou esfinge sem mistério no poente.(…)Sou estrela ébria que perdeu os céus, / Sereia louca que deixou o mar”…

O crítico clássico da história da nossa literatura, João Gaspar Simões, depois de uma explanação prolífica como era o seu estilo, sobre diferenças entre subjectivismos, símbolos, imagens, etc. escreveu no prefácio a “Poesias” ( Sá-Carneiro, Ática, 1973, 32), que o poeta passou de objecto a sujeito da sua própria poética, entendemos nós.

Dito de outro modo, as Poesias do autor de “Confissão de Mário”, têm-no quase sempre como o Eu poético. Foi, como se sabe, um Eu poético breve, e não me refiro à curta estadia de Mário de Sá-Carneiro na vida, mas até na própria poiética, na escrita de poesia: o seu primeiro poema é datado de Fevereiro de 1913 e o último, antes do suicídio, também de Fevereiro de 1916, a coincidência simbólica da tragédia na sua poesia.

Até hoje ainda não encontrei intertextualidades na sua poética com os simbolistas e decadentistas portugueses dele contemporâneos, talvez por deficiência de observador. Por isso, mesmo breve, o poeta amigo, confidente, irmão de espírito de Fernando Pessoa, é original sempre,  naquilo que Simões designou como a “família poética nacional”.

Acresce que sendo um poeta disperso ( “Perdi-me dentro de mim/ porque eu era labirinto”), nos seus poemas, procura, ainda assim, encontrar-se no desejo irrealizado, o ser taciturno a contrastar com o brilho das equipagens,  quando afirmou ter sido “ Lord que fui de Escócias de outra vida / Hoje arrasta por esta a sua decadência” (in Indícios de Ouro, poema “O Lord”).

“Emigrado astral”, fantasma de si mesmo, são outras tantas simbólicas da sua curta vida, que ao escrever poeticamente, digo metaforicamente, “morreram-me meninos nos sentidos”, era sempre da sua morte que falava.

Mas antes da sua astenia, como já dissemos espiritual, ou melhor, total na intersecção, “no intermédio” da sua alma e do seu corpo, Sá-Carneiro tinha a doença da morte na poesia.

Seja lá o que for que isto é, alguém escreveu um dia (o poeta Nuno Júdice), que a “escrita de Sá-Carneiro é uma escrita doente”.

A culminância disto, estará porventura no poema Fim, celebrizado em música até, mas que deveria antes constar na antologia dos poemas que podem ser tudo: simbolistas, decadentistas, dadaístas e surreais, mas que, para mim, traduzem o último grito, um grito regionalista de Mário de Sá-Carneiro, que ironiza ou faz esquecer o cosmopolitismo da sua Paris:

“Quando eu morrer batam em latas / (…) Que o meu caixão vá sobre um burro / Ajaezado à andaluza…”

Morreu sem esta encenação, sem palhaços e acrobatas aos saltos e aos pinotes, nem chicotes no ar, a 26 de Abril de 1916. Cem anos de solidão.

 

© Aveiro, 23-04-2016                                                                                       

Recordar o 25 de Abril num mundo que mudou

 

Só quem não vivia em Portugal antes de 25 de Abril de 1974, quem nunca tivesse saído daqui ou fosse muito pouco politizado não se alegraria com a queda da ditadura. Nesse dia o país entrou em regime de festa, passada a surpresa inicial.

Houve depois quem tentasse estragar tudo? É verdade. Mas isso é quase inevitável em qualquer processo histórico tão marcante quanto este.

A verdade é que Portugal estava isolado no contexto internacional, antes da revolução, tanto a nível dos Estados Unidos e da CEE como da ONU. Desde que o papa Paulo VI tinha recebido em audiência os líderes dos principais movimentos guerrilheiros em actividade nas colónias africanas, que o país perdeu o pé. A independência da Guiné-Bissau já tinha sido reconhecida por uma multidão de países e as guerras em Angola e Moçambique estavam num impasse, tendo os comandantes militares consciência de que seria impossível resolver os conflitos pela via militar.

Houve sacrificados? Houve, em particular os portugueses residentes em África, devido a uma descolonização demasiado tardia, mas também por causa das tentativas inglórias de tentar uma independência branca, ao estilo da Rodésia de Ian Smith, que nunca poderia resultar naquela altura do campeonato. E o livro-proposta-política de Spínola veio tarde e nunca poderia ter sido aceite pelo regime marcelista.

Aqueles que se queixam da classe política actual (eu incluído) não podem deixar de se lembrar que ela é fruto das circunstâncias políticas. É que o país não tinha elites preparadas para o governar, caindo o regime autoritário anterior. E é bom lembrar também  que o mundo não parou. Incompetência nacional? Veja-se o que vai por essa Europa fora. Corrupção nos governantes? Olhe-se para o mundo. Crise de liderança no país? Basta ler a imprensa internacional e ver o que se passa noutras paragens.

O mundo mudou em definitivo. Acabada a guerra, a censura e a PIDE, os grandes desafios à ética e à justiça já não são essencialmente nacionais mas à escala internacional, tanto a nível europeu como global. É aí que as nossas batalhas têm que ser travadas, pela liberdade e a dignidade da pessoa humana. E não é uma batalha menos difícil. De todo.

 

O grande problema do Eurogrupo não é trocar fotografias


Mário Centeno NUNO FERREIRA SANTO

Este, apesar de ridículo, é o menor dos erros do Eurogrupo, o de nem sequer conhecer o ministro das Finanças de Portugal e confundi-lo com um jornalista. Será apenas mais uma anedota ou incompetência do sr. Dijsselboem. Mas o grande problema são as asneiras da política financeira que impõem à zona euro, por motivações ideológicas. Esse sim, é o grande problema. Com este podemos nós bem. E de certeza que o jornalista se sentiu um bocadinho mais… alto.

Insegurança social

 

Há coisas que ainda me fazem pasmar.

Um centro paroquial de Castro Daire foi multado pela Segurança Social em 5025 euros por levar comida à casa de 52 pessoas, quando apenas estava autorizado a fazê-lo a 30. Mas esta aberração assume contornos verdadeiramente kafkianos, porque, pouco tempo depois, “o centro foi autorizado pela Segurança Social a apoiar até 90 utentes, com os mesmos meios e a mesma verba – mas a multa não foi perdoada.” Não dá para entender. Primeiro a instituição é multada por apoiar pessoas a mais, mas logo a seguir a Segurança Social autoriza-a triplicar o número de utentes apoiados, embora com a mesma verba e quadro de funcionários?

Mas há mais. Segundo o Correio da Manhã, outro centro social, em São Pedro do Sul, “foi multado em 6300 euros pela Segurança Social, porque apoiou mais seis pessoas do que estava acordado. A ajuda devia ser para 30 pessoas, mas o Centro Paroquial ajudou mais seis.”

Ou seja, estas instituições decidiram apoiar mais alguns utentes do que o número constante do acordo firmado com o Estado, mas fizeram-no às suas custas, suportando todas as despesas inerentes. Qualquer dia o cidadão comum ainda é multado por dar uma côdea ou um copo de leite a um pobre…

A meu ver esta aberração e outros tantos problemas da Segurança Social têm a sua origem em duas questões.

Por um lado o excesso de “técnicos de secretária”, pouco conhecedores da realidade social das populações que supostamente deveriam servir, cheios de teorias, normas e regulamentos, e com uma visão desfasada da realidade. Sempre que surge uma situação nova preferem deixar cair do que trabalhar com atitude de serviço público, criatividade e bom senso, de modo a ir ao encontro das necessidades.

Por outro lado temos uma perniciosa perpetuação da partidarização da estrutura. De cada vez que muda o governo lá muda a direcção de quase todos os serviços, colocando-se nesses lugares quem pouco ou nada entende do sector, sem experiência na área. Esta prática dá origem a fenómenos perversos, como a influência exagerada dos quadros superiores, que são quem toma grande parte das decisões, mas sem se responsabilizar por elas, um pouco à maneira da famosa série televisiva “Yes, Prime Minister”.

Quando se penalizam instituições por dar de comer a quem precisa (“pessoas que não têm ninguém, que não sabem ler, não sabem escrever, nós somos as únicas pessoas que eles veem diariamente.”), e logo a seguir se permite que o número triplique, embora sem mais um tostão, alguém anda a gozar com o pagode…

 

Fonte: José Brissos-Lino, O Setubalense, 22/4/16.

 

Chegue-se à frente, senhor comandante

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Talvez o actual presidente da república e comandante supremo das forças armadas, com a popularidade em alta como está, pudesse fazer alguma coisa para reduzir aí a uns 10 por cento o número (e as mordomias) de generalada. Já vai sendo tempo, não? Temos mais almirantes do que navios e mais chefes do que índios. E o Zé a pagar.

Pedro Lains: “Ainda hoje não entendi bem todos os contornos das nacionalizações”

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Ontem foi o lançamento do livro “As nacionalizações do PREC”, de Filipa Lino, na Biblioteca Camões (Chiado). Ed. Parsifal.

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Pedro Lains apresentou a obra.

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O jornalista Cesário Borga, que escreveu o Prefácio, com a autora e uma antiga colega da RTP.

Aos papéis

 

Na verdade o escândalo dos Papéis do Panamá não surpreendeu ninguém. É uma profunda hipocrisia que algum político, banqueiro ou jornalista dedicado a questões de economia e finanças venha dizer tal coisa.

Já todos sabíamos dos off-shores há muito tempo, havendo até especialistas que afirmam que mais de 90% do dinheiro que alimenta os fundos de investimento será suspeito.

Há anos que o economista português João Pedro Martins publicou o livro “Suite 605”, com base numa aturada investigação, onde descreve a zona franca da Madeira como local usado por multinacionais para fugir aos impostos, assim como empresas de diversos países, ligadas a crimes ambientais, financiamento ilegal de partidos políticos e mega-evasão fiscal.

Os off-shores constituem “um buraco escuro na economia, potenciador do crime organizado e da instabilidade financeira dos países”, segundo a magistrada Maria José Morgado, sendo igualmente lugares onde é possível “navegando à bolina entre o direito comercial e o direito penal, lavar dinheiro, desnatar lucros e evitar impostos em montantes verdadeiramente chocantes”, de acordo com o advogado Francisco Teixeira da Mota.

A questão que se impõe é esta: porque não acabar com esta aberração da política subjugada pela finança? Porque pode o capital circular mais do que as pessoas na UE?

Quando se verifica que o presidente da Comissão Europeia é o responsável pelo escândalo LuxLiks entende-se a dimensão do fenómeno. Enquanto primeiro-ministro do Luxemburgo o senhor Juncker promoveu a pirataria fiscal. Isto é, criou as condições para que empresas doutros países europeus passassem a sua sede para lá, a fim de pagar muitíssimo menos impostos do que no país de origem, roubando desta forma os recursos devidos aos países onde a riqueza era gerada.

O resultado de tudo isto, para lá dos crimes, é que este autêntico roubo fiscal aos países exige que a classe média (e mesmo os mais pobres, no caso dos impostos indirectos) seja constantemente espoliada e reduzida a exploração permanente.

Pacheco Pereira defende medidas radicais tais como um conjunto de países proibirem que as empresas sediadas em paraísos fiscais actuem nos seus territórios, senão mesmo a criação duma instituição internacional “dotada de poderes de banimento, de impedimento de circulação, de confisco, que faça de polícia fiscal e leve a um tribunal estes prevaricadores”. Não seria mais difícil do que foi a criação do Tribunal Penal Internacional. Havendo vontade política tudo é possível.

 

Fonte: José Brissos-Lino, O Setubalense, 15/4/16.

As nacionalizações do PREC: “Creio que há 20 anos seria impossível fazer este trabalho”

Foi ontem, na Casa da Cultura, em Setúbal, o pré-lançamento do livro “As nacionalizações do PREC”, da jornalista Filipa Lino (minha filha), editado pela Parsifal, com apresentação de Fernando Dacosta e a presença da Vereadora Carla Guerreiro, da CMS. Fotos de Simões da Silva e Susete Lino.

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Contributo para uma invenção do amor (inédito de J. T. Parreira)

 

 

 

Um homem e uma mulher que deixaram de olhar

para um poema no papel e entenderam-se com os olhos

um no outro,  com a urgência do medo de perder o momento

e depositaram como o ouro,  que de repente se descobre

a sua mão na mão do outro, um homem e uma mulher

que começaram sem palavras inúteis o Amor preso

em ambas as mãos, num fim de tarde de Outono

de mãos dadas.

 

17-04-2016

© João Tomaz Parreira

Palavras perdidas (1231)

“Como somos todos portugueses quando alguém fala em “portugueses e portuguesas” está a falar duas vezes das mulheres portuguesas. As mulheres estão obviamente incluidas nos portugueses. Mas, ao falar singularmente das portuguesas, está-se propositadamente a excluir os homens, como se as mulheres fossem portugueses de primeiro (ou de segundo, tanto faz) grau.

Somos todos seres humanos. As mulheres não são seres humanas. Quando se fala na língua portuguesa não se está a pensar apenas na língua que falam as portuguesas. É a língua dos portugueses e doutros povos menos idiotas.

“Portuguesas e portugueses” não é apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um machismo ignorante e desconfortavelmente satisfeitinho.

Somos todos portugueses e basta.”

(Miguel Esteves Cardoso, Público)

Tenham juízo!

Tenho várias sugestões para o Bloco de Esquerda.

  • Ministério da Saúde, passa a Ministérie (neutro) de (neutro) Saúde
  • Ministério das Finanças, passa a Ministérie de Finançes (neutro).
  • O mesmo critério deve ser aplicada ao todos os ministério e secretarias de Estado.
  • Presidência da República, passa da Presidêncie (neutro) de (neutro) Repúblique (neutro).
  • A designação oficial do nosso país passa a Repúblique Portuguese (é afrancesado mas não faz mal…)
  • As escolas passam a escoles e os institutos passam a institutes.

Isto é só uma pequena amostra da estupidez de quem sugeriu aquela idioteira do Cartão de Cidadania.

Águia voou alto mas não o suficiente

Benfica-Bayern Munique

 

Sem poder contar com os seus três melhores jogadores (dois por lesão e um por castigo um pouco forçado), Jonas, Gaitan e Mitroglou, o Benfica terminou ontem uma carreira notável na Liga dos Campeões.

Bateu-se com espírito de sacrifício e grande dignidade, nas duas mãos, contra um poderoso Bayern de Munique, uma das melhores equipas do mundo. Marcou dois golos espectaculares aos alemães na Luz.

Apesar de o Bayern ter sido melhor, no conjunto dos dois jogos, não precisava de ajudas da arbitragem. Ontem o árbitro perdoou uma expulsão a um bávaro e em Munique há um lance que podia ter originado grande penalidade a favor dos encarnados. E isso poderia muito bem ter feito a diferença.

Os milionários Barcelona e PSG caíram ontem também. Julgo que o Real Madrid pode voltar a ser campeão europeu, se o Cristiano Ronaldo estiver em forma até à final.

 

 

A luz no coração

 

ele tinha na boca uma força invisível
cheia de varandas, alpendres
de onde descia o céu

dizia cão e logo um cão lhe aparecia
e se dissesse alegria
as árvores batiam as palmas

falava uma língua nativa e clara
feita de luz, que talvez até tivesse a substância
dos primeiros poemas
que foram feitos das asas dos pássaros

em contacto com ele tudo era possível
até mesmo a cura das dores
a luz no coração, a abstracção dos desertos

 

Manuel Adriano Rodrigues
07/01/16

 

O que disse Ruth a Naomi segundo o seu livro

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Não te deixarei, ainda que tuas mãos enrugadas
Me afastem de ti, sou uma parte do teu corpo
O caminho por onde teus pés se arrastarem
Será o meu, se parares, aí será onde pararei
E nos meus olhos jordanos os teus repousarão, tudo
Do teu povo será agora meu, o teu Deus
O meu Deus, quando a tua boca exalar o
derradeiro cântico, também eu morrerei
e aí será o meu repouso.

 

© João Tomaz Parreira

09-04-2016