O que é “abrir um partido”?

 

Independentemente das qualidades pessoais do candidato Francisco Assis, o modelo de abertura do partido à sociedade que preconiza é, no mínimo, muito discutível, para não dizer até um pouco ingénuo. Dirão que os Estados Unidos funcionam assim, mas a realidade da política americana é radicalmente diferente da nossa.

É verdade que os partidos precisam de ser refundados, mais do que tudo. Mas não haverá outra forma de abertura? Por exemplo a limitação do número de mandatos nos órgãos locais e regionais? Ou a obrigação programática de um partido fazer assembleias locais periódicas, abertas a todos os cidadãos interessados, filiados ou não e onde se discuta política de facto? Ou definir incompatibilidades entre cargos partidários e públicos? Enfim, se quisermos há um grande número de opções entre os extremos do caciquismo e da descaracterização ideológica.

É que os partidos não devem ser só máquinas de conquista do poder. Têm que manter base e coesão filosófica e um ADN ideológico, senão tornam-se meros agrupamentos de mercenários.

 

Deixe um comentário