O “herói” Martim, afinal não terá dito toda a verdade (à atenção dos ingénuos, e são muitos…)

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Carta aberta ao Martim 

Olá Martim! 

Sou mãe de um jovem da tua idade, por isso estou preocupada contigo, preocupada por ver-te dizer disparates em directo e o publico bater palmas, fazendo crer que disseste uma grande coisa, não interpretes o silencio da Drª Raquel com um “ calei a gaja” sabes as tuas palavras foram tão absurdas que não havia qualquer resposta.

Martim és um jovem fisicamente bonito, és inteligente, és criativo., canaliza essas energias para algo positivo, para que daqui a uns tempos possas calar os Doutores, mas não por dizeres disparates….

A respeito da tua empresa e como técnica de contabilidade que sou, gostaria de te dizer que o lucro de uma empresa é tudo o que sobra depois de se subtrair aos proveitos os custos, e os salários estão incluídos nos custos da empresa, para se aumentar o lucro não se baixa ao limite mínimo legal os salários, em qualquer livrinho de contabilidade podes verificar que a produtividade esta directamente relacionada com a satisfação do trabalhador, ( estas coisas foram descobertas há muito tempo) espanta-me que ao decidires ser um jovem empresário não te tenham ensinado isto… dizes que mais vale o salário mínimo que o desemprego, mas isso não é verdade, repara é esse principio que leva a que haja mão de obra infantil, se andasses na escola talvez tivesses ouvido falar nisso, talvez pudesses entender porque motivo houve escravatura durante séculos e séculos…. 

Como mãe que sou e se me permites dou-te um conselho, volta para a escola e quando comprares uma camisola por 25 € pensa que ela custou aproximadamente 5% do salário mínimo ….

Um beijo para ti espero um dia verte à frente de uma empresa onde o lucro não é sustentado pelo salário mínimo.

Ana Paula Antunes

 

Pros-e-Contras
“Afinal o Martim não disse toda a verdade”
http://www.bc-collection.eu/en/distributors.php?lang=en

O jovem Martim, novo herói nacional, encomenda a roupa a um distribuidor desta empresa da Bélgica. Só coloca um transfer com o nome da “marca” e um logótipo feito num PCzito em 10 minutos:
http://www.textilpromocional.com/

Ao contrário do que disse, a fábrica onde é produzida a roupa não é portuguesa. Não paga impostos, ou seja, é apenas uma brincadeira de um miúdo. Não lançou negócio nenhum, nem está a criar emprego ou riqueza.

Et voilá!
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=354116918027820&set=a.271605552945624.52477.129175870521927&type=3&theater

«Eu gostaria de perceber como é que algo assim surge no Prós & Contras e depois corta-se a palavra aos que queriam falar dos jovens desempregados e dos que têm de desistir da faculdade por falta de dinheiro. Rico serviço público.»

«Tem 16 anos e idealizou uma marca de roupa de baixo custo que se tornou num sucesso de vendas.” ahahahah»

Parte da produção da B&C vem da fábrica que desabou em Dhaka (em 2005, não se trata deste acidente mais recente que causou milhares de vítimas).http://blog.pier32.co.uk/2008/03/ethical-brand-profile-b.html
http://www.business-humanrights.org/Categories/Individualcompanies/C/CottonGroup

 

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Parabéns Raquel Varela! O que tem de ser dito, deve ser dito – para 1 pessoa, para uma plateia, na Bilder-Tê-Bê ou no café.
Só assim poderemos diferenciar-nos e fazer andar a Humanidade.

Não é a primeira vez que o Prós&Contras dá voz a empreendedores que não produzem nada e que se aproveitam da visibilidade para rentabilizar os seus negócios. Agora temos o Martim, mas também houve aquela história da página Empregos no Brasil para Estrangeiros, e claro o Miguel “bater punho” Gonçalves.”

Aquelas palmas são juras de obediência do escravo ao seu amo.Há muito caminho a fazer.Um abraço solidário para a Raquel Varela.

 

Investigação: Ana Amaro e Fátima Tomé

 

Fonte: Portugal sem Prozac
http://www.facebook.com/portugalsemprozac

5 thoughts on “O “herói” Martim, afinal não terá dito toda a verdade (à atenção dos ingénuos, e são muitos…)

  1. Todo conteúdo deste blog é desabafos de Velhos do Restelo. Estão a dissecar e analisar a vida de um miúdo de 16 anos com iniciativa, que já têm talvez mais autonomia financeira do que muita da população adulta em Portugal, como se fosse ele o responsável por politicas macro-económicas, ou fosse influencia para a taxa de desemprego, ou ainda quem decidiu o salário mínimo. Eu tenho 26 anos, venho de uma família de classe média que em que todos já tivemos o nosso próprio negócio, e nos dedicamos ao trabalho em sacrificio da família e saúde, sabemos o que custa manter um negócio próprio e por isso valorizamos o que o Martim faz, mesmo que não seja exactamente como descrito. Então ele não disse exactamente a verdade? Ai meu Deus! Que drama! Um jovem de 16 anos a mentir, ai que coisa inédita!… Poupem-me… E depois? Que mal têm? Pelo menos cria algo. Vocês e a Dr. Raquel Varela não passam de (desculpem-me o uso do inglês) “Thinkers” pessoas que filosofam e opinam muito sobre tudo e todos, e que têm sempre algo a dizer contra os “Doers” (Fazedores) as pessoas que criam obra táctil, real, consistente. O Mundo é feito de Doers, não de Thinkers…

  2. Caríssimas Ana Paula Antunes, Ana Amaro e Fátima Tom.
    Apesar de toda a sua intelectualidade espanta-me a vossa ignorância…
    Ouvimos o nosso PM a dizer vezes sem conta que não pode ser só o estado a resolver a “crise”; os jovens tem de procurar novas oportunidades, bla bla bla….
    A incapacidade demonstrada por vós é aqui que em primeiro lugar levou este pais a entrar na fossa em que está e neste momento a não conseguir sair dela…
    Compreendo que seja mais confortável ser submisso a um patrão, e prestar-lhe a devida vassalagem como certamente o farão. MAS o empreendedorismo em Portugal felizmente não depende de vocês.
    Ana Paula Antunes se é contabilista também deve ter aprendido que a sustentabilidade do nosso estado depende de emprego. Impostos, segurança social, etc… por pouca que seja a contribuição. Os salários mínimos são indesejados, concordo plenamente, mas neste momento são um mal menor. O Desemprego esse sim é perigoso, esse sim tira a comida da mesa, esse sim faz casas serem despejadas. Mas percebo que do alto da sua confortável secretária não seja possível avaliar isto.
    Continuando, o jovem Martim, para além de estar na escola, contrariando o que apresenta no seu pseudo-artigo. Para além disso está a lutar por um futuro melhor para ele. Pessoas como vós impedem o pais de ser o que ele precisa neste momento. A ignorância, mesquinhez e inveja são o motor do retrocesso, e por este andar não lhe faltará combustível enquanto neste país existirem pessoas como vocês.

    Quanto ao Martim deixem em pás que tenta melhorar o seu futuro.

  3. Aquelas palmas provavelmente foram direcionadas no sentido em que mais vale salario minimo do que nada isso e uma verdade.
    Agora em relaçao a roupa daquele miudo provavelmente ele deslocou-se a uma fabrica que tinha uns caixotes de roupa que ja nao sabia o que fazer a ela e entao resolveu epá levas isto metas e um logotipo ate conheces umas miudas giras ali da linha e tal,ate ja faz exportação (1camisola inglaterra e outra pra um pais manhoso)
    Ja agora qual o estrato social deste miudo, sera que os pais tem uns cobres para gastar com as brincadeiras do miudo.
    Qualquer coisa vai a nossa televisao(até o dr!!!! Socrates)
    NÃO BRINQUEM COM QUEM TRABALHA E PAGA IMPOSTO

  4. Estou farto de ler comentários destes inteligentes que parecem saber tudo, como é o caso desta senhora que não sei quem é nem me importa, mas que muito estudaram à custa, em parte, do Zé povinho que paga os seus impostos para manter escolas e universidades, onde puderam estudar, e não é nisso que está o mal, mas que depois da sua formação se julgam no direito, de, por causa da sua sabedoria e inteligência, se acham no direito de ganhar muito, e mais que o ordenado mínimo é muito, porque o que fazem, não passa de dizer balelas, bem ditas, porque “paleio” têm eles, mas não os vejo a tomar iniciativas empreendedoras onde possam mostrar que as suas balelas são aplicáveis à prática.É que ei sei por experiência própria que agir é muito mais difícil que falar, e quem age é muito mais contributivo do quem fala. Ter empregados, mesmo a pagar o salário mínimo, significa contribuir com 33% do seu salário para a segurança social, pagar seguros, pagar iva e contribuir para o desenvolvimento da economia, enquanto que essa cambada das balelas, não faz mais do que consumir o que os outros produzem sem sequer o merecerem, apesar de se arrogarem os direitos que têm, porque em vez de se serem dados direitos lhes deveriam ser dados deveres. Os capitalistas são maus? Porque não põem os pés ao caminho e lhes criam concorrência fazendo as coisas de forma diferente, para melhor?
    Não gostam de trabalhar? Então calem-se porquer estão com o “vosso saber” a influênciar pessoas menos formadas que vós, a não quererem fazer nada como vós e a levar-nos para o buraco para que caminhamos há muito, e vocês são também responsáveis.
    Não há milagres, não é preciso ir para as universidades para saber que não podemos nem devemos ter rendimentos sem produzirmos. Qualquer dona de casa honesta sabe disso.
    O país já não vai lá nem com muito trabalho, vamos ao buraco concerteza. Com tretas vamos mais depressa. Senhores não se deixem enganar por esta ralé armados em sabichões.

  5. E que dizer no fim de tudo isto? Triste espectáculo!!! ( do qual o Martim tem pouca responsabilidade!)

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